Evidências do amor: Quando você cansa de não ser ouvido

Evidências do amor: Quando você cansa de não ser ouvido

Você deve estar pensando “Será que uma comédia romântica protagonizada por Fábio Porchat e Sandy daria certo?” e resposta é sim! (PASME!) Com a direção de Pedro Antônio, “Evidências do Amor” acompanha o casal, Marco Antônio (Fábio Porchat) e Laura (Sandy) que se apaixonam após cantarem a música Evidências juntos em um karaokê. Em meio a muitos altos e baixos, o casal acaba terminando, mas um ano após o término Marco Antônio percebe que, todas as vezes que escuta Evidências, ele volta as discussões que teve com a ex. Determinado a se livrar dessas lembranças indesejadas, ele inicia uma jornada para superar Laura, seguir em frente com sua vida e se livrar desta maldição misteriosamente. 

Com esse contexto, passamos a primeira parte do filme assistindo essa história de amor pelos olhos amargurados de Marco Antônio. Por isso, no começo, sentimos um pouco de raiva de Laura pela forma que ela termina o relacionamento, a percepção que temos é que ela age de forma egoísta e não consegue conversar, mas no fundo não é bem assim. O programador não é tão perfeito como ele diz ser. 

No ato do término, Laura diz que está se perdendo e que o relacionamento não pode ser maior que ela, como se tudo o que estava acontecendo sufocasse-a. E, infelizmente, ela não estava mentindo… A médica se sentiu assim pois Marco Antônio não a ouvia, ele não aceitava os “nãos” que ela dava para ele, em todas as brigas que ele se lembra é mostrado como ela não estava bem e Laura tentava falar isso, porém com o passar das lembranças podemos entender que ela foi ficando cansada até chegar no pedido de casamento.

Até nesse grande momento, o protagonista escolheu não ouvi-la, ela não ficou nem um pouco confortável com a forma que ocorreu e como ele nem ligou para o fato dela NÃO TER ACEITO O PEDIDO. 

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Laura realmente errou em terminar de forma abrupta e fria com Marco, em não querer conversar e “simplesmente” largar as coisas dela com ele. Mas aqui quero refletir sobre quantas vezes ela não foi ouvida, quantas lembranças em que Laura tenta conversar e não consegue, pois é ignorada ou silenciada com um briga. 

Agora de forma dolorosa e entristecida, posso falar (de maneira pessoal) que dói e cansa não ser ouvida, como o próprio filme nos propõe a pensar essa atenção que a Laura pede não para ser mais amada e, sim, ser amada melhor. Você escolher -mesmo que doa-, ouvir, entender e dialogar de forma aberta quando alguém está discordando de você não é fácil. 

Quantas vezes eu não implorei para ser ouvida, seja em relação a quem eu sou, o que faço e por que da maneira que ajo. Quantas vezes cada sentimento meu foi questionado e quando fui explicar, mesmo sem necessidade, tomei um banho de água fria com a outra pessoa não querendo me ouvir ou anulando tudo o que eu dizia e expressava. 

Será que vale a pena você se anular por tanto tempo ao ponto de outra pessoa optar por não te ver e você precisar magoá-la profundamente para sair dessa situação? Geralmente, uma conversa difícil e bem ouvida pode ser melhor do que anos de tristeza, invalidez e mágoas.

Celia Costa

Célia Costa é a o alter ego de Camila Couto. Ela nasceu de uma brincadeira em uma live e se tornou a ferramenta pela qual a autora conversa de uma forma mais descontraída e intima com os leitores.

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