A “metamorfose” do público da BGS nos seus 15 anos
Os consoles sumiram, mas isso não quer dizer que o público sumiu (seria o fator da crise na guerra dos consoles?). Essa foi a primeira impressão que tive em relação a última vez que vim (2019), claramente o evento encolheu, os investimentos caíram, e isso pode ser ligado ao pós-pandemia e aumento de concorrência, como Gamescon, CCXP e campeonatos de esports que enchem ginásios com certa frequência.
E neste público que temos uma faceta atual do evento: existe toda uma Brasil Game Show feita para os esports, que envolvem desde os melhores jogadores das equipes mais queridas do país, até a narradores e apresentadores que fazem um transmídia robusto além das lives.
A maior feira de games da América Latina é um lugar também para famosos da internet, algo que vem funcionando desde o começo, mas que parece ser cada vez mais essencial para seu sustento (tivemos um estande do canal do Ronaldo Fenômeno, e que apesar de ter um filho ligado muito ao universo dos games, chamava a atenção por suas filas pra autógrafos de figuras como o ex-atleta e influencer Douglas Ninja ou o Youtuber Felipe Mostaphia, aos conhecido como “FEURIPE” por seus mais de 2 milhões de inscritos (e que eu não fazia ideia que existia até a BGS…)
A maior feira de games da América Latina virou o evento que valoriza o Cosplay e o público Otaku, e isso é um indício de outro caminho que ela pode seguir para se manter relevante. Na BGS, este público segue bem, confortável e sem ser “intimidado” pela grandiosidade do público de HQs, filmes e séries, que são os que dominam as “cons” hoje em dia, que se baseiam na CCXP (que também tem este público presente e feliz no seu evento, mas que claramente não é seu público alvo).
Enfim, a diversidade de públicos do evento é um demonstrativo de algo simples, mas que faz a BGS ainda ter sua relevância: é um lugar onde todo mundo se sente a vontade, que acolhe você da forma que você é feliz e sem te julgar, algo que não é nada comum independente do evento atualmente. A BGS é humilde, mas é a casa de todo mundo, e isso não é algo que pode ser esquecido.