Como seria se…?: Dois caminhos e nenhuma certeza
Sabe aquele momento na sua vida em que você sente que mudou de caminho? Quando um acontecimento muda totalmente o que poderia acontecer no seu futuro? Você deve estar pensando: mais uma vez essa doida vai falar sobre o multiverso da Marvel e suas inúmeras possibilidades. E a resposta é: não! A obra da vez é o filme “Como seria se…?” com direção de Wanuri Kahiu que estreou na Netflix no mês de agosto de 2022.
O filme acompanha a vida de Natalie (Lili Reinhart) que faz um teste de gravidez na noite de sua formatura, e nesse exato momento, dois caminhos totalmente diferentes se abrem diante dela. Em uma realidade, ela muda de cidade para focar na carreira, na outra, a moça forma uma família com o namorado.
Às vezes, pode não ser um momento, e sim uma palavra ou frase dita (ou não dita) para alguém, com isso tudo se transforma de uma hora para outra. Eu me lembro exatamente o dia que minha vida virou do avesso: 12 de abril de 2022. Neste dia, eu concordei em terminar meu relacionamento de seis anos e sete meses, por conta de algumas diferenças que não sabíamos como resolver.
Após isso, muita coisa aconteceu! Eu tive que aprender a me virar sozinha, criar novos objetivos de vida, entender o que eu realmente queria e o que eu desejei por estar com outra pessoa, conhecer novas pessoas (já que eu não tinha mais amigos), lidar com meus medos e, principalmente, aprender a aceitar minha própria companhia.
No começo foi extremamente doloroso, eu sentia dores físicas e as crises de ansiedade eram frequentes, a falta que ele fazia era imensa, era como se meu mundo tivesse ruído. Em um dia, eu estava preparando os detalhes para a compra do apartamento e do noivado (e posteriormente do casamento) e no dia seguinte eu estava sem rumo. Como se todo o caminho que tínhamos planejados juntos tivesse virado trilha de pão e os pássaros tivessem comido como no conto de João e Maria.
Com o passar dos meses eu fui aprendendo a viver sozinha. Mesmo querendo o sucesso e a felicidade dele, eu decidi me afastar para conseguir me acalmar e entender o que eu queira. Não vou negar que teve momentos ótimos, como lugares e pessoas que eu não teria me permitido conhecer se eu estivesse namorando. Porém, a todo momento o sentimento de estar faltando algo, ou melhor alguém, estava ali dentro de mim.
Atualmente, eu me sinto exatamente como a protagonista, Natalie: completamente dividida!
É como se eu conseguisse me ver novamente no dia 12 de abril falando que não iríamos terminar e vivendo o noivado, o casamento e construindo a família que sempre desejamos, ciente de que não seria perfeito, mas que seria único do nosso jeito. E em outro caminho aconteceria tudo o que ocorreu após o “então, a única opção é terminar.”
Eu não sou a mesma pessoa e nunca mais serei. Todas as minhas decisões (incluindo o término), me tornaram quem eu sou hoje. E é nisso que estou focando, nas ações que farei com quem sou hoje.
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