Festival Monstro de Jacareí: O impacto dos filmes de terror

Festival Monstro de Jacareí:  O impacto dos filmes de terror

O Monstro – Festival de Cinema Fantástico de Jacareí exibiu e premiou obras que exploraram inúmeros temas como preconceito, morte, acompanhantes de luxo, folclore, entre outros temas. A experiência de assistir ao festival e participar da banca de jurados da categoria FantasDoc foi um desafio inexplicável. 

Em um primeiro momento, eu pensei em não aceitar o convite, pois tenho muito medo quando o tema é terror, principalmente quando a obra aborda temas sobrenaturais como espíritos e pós-morte. Entretanto, quando seria a melhor hora de enfrentar esse sentimento, se não em um trabalho que gosto tanto e amparada por profissionais do ramo. 

festival de cinema fantastico de jacarei mostra monstro

A felicidade e alívio que senti quando recebi o e-mail da organização do evento com a categoria para qual eu fui designada foi imenso. Pois julgar algo que você não tem tanta proximidade é ainda mais difícil do que algo que está acostumado. E eu sabia que iria assistir quase todos os filmes na exibição oficial do evento.

Assistir essas obras me lembrou como o cinema de terror é rico em detalhes técnicos, principalmente na direção artística, mas o que mais me chama atenção são as direções de fotografia e sonora. 

No festival tivemos várias obras com esses detalhes bem ressaltados como “Farol Alto” de Brunno Bimbati utiliza do som dos carros para assustar e gerar expectativa até chegar no verdadeiro motivo para os roncos do motor. Outro exemplo, é em “Sugar Dead: O papai está geladinho!” de Flávio Carnielli que cria o suspense de quem são os personagens por meio dos enquadramentos que mostram as reações e situações antes de revelar a próxima cena. 

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Mesmo isso não sendo novidade em outros gêneros como drama e comédia, sinto que no terror esses dois aspectos fazem a diferença para conseguir alcançar o objetivo de assustar ou apavorar o espectador. Como acontece na cena antes da pancadaria em “Sayonara” de Chris Tex, que mantém o enquadramento focado em uma porta de banheiro, dando ênfase no barulho de briga lá dentro, nos gerando a expectativa de quando e como os personagens saíram de lá. 

Todos esses pontos chamam muito a atenção, pois quando usados da forma incorreta pode ficar desproporcional ou virar uma piada. Um bom exemplo disso são os filmes seguintes da trilogia Brinquedo Assassino. Os três primeiros filmes foram responsáveis por tirar o sono de muita gente nos anos 90, enquanto os demais serviram para fazer com que o boneco assustador virasse chacota mundial. 

Celia Costa

Célia Costa é a o alter ego de Camila Couto. Ela nasceu de uma brincadeira em uma live e se tornou a ferramenta pela qual a autora conversa de uma forma mais descontraída e intima com os leitores.

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