Movimento #PorqueÉMulher na luta contra o machismo

Movimento #PorqueÉMulher na luta contra o machismo
Um mundo sem preconceito ainda é uma distopia muito longe de se tornar realidade. Nem mesmo na ficção e nos jogos o machismo desaparece ou passa despercebido. As mulheres estão dentro das empresas de criação e desenvolvimento de jogos, nos campeonatos, nas transmissões, porém elas ainda sofrem muita discriminação apenas por serem mulheres e há o pré-julgamento por parte da sociedade de que elas não são capazes de obterem resultados iguais ou melhores aos dos homens. Em 2019, Camilla Garcia, a ganhadora do reality show Looking For a Caster, passou por inúmeros insultos e preconceito, a infundada justificativa para tais desrespeitos era que a Camilla ganhou “porque é mulher”. Segundo o estudo Fake Geek Girl: The Gender Conflict in Nerd Culture, da autora Sonnet Robinson, as mulheres passam por situações em que são insultadas por outros homens apenas por demonstrar que gostam de coisas consideradas nerds e gamers82% das mulheres entrevistadas já foram insultadas e hostilizadas por conta do sexo.
 
No caso da narradora (caster) Camilla “Milla” Garcia, após passar por várias etapas do campeonato com mais 5 competidores e chegar na final com o Victor Stoker teve que passar por cima de muitos comentários machistas para provar que ganhou porque era competente. Com tanta repercussão na internet a sporTV e a empresa VIU HUB decidiram criar o movimento #PorqueÉMulher nas redes sociais para combater o machismo dentro e fora dos games. Milla ressalta que a ação não é apenas para ela e sim para todas as mulheres, “A hashtag não é só para mulheres nos games, é para as mulheres de forma geral, para as mulheres que enfrentam preconceito quando conseguem vencer algum obstáculo, quando elas conseguem um cargo melhor, quando elas conseguem trabalhar com alguma coisa que é considerada só de homem e que a gente tem que se provar o tempo inteiro.”
A apresentadora do programa Looking For a CasterNyvi Estephan, demonstrou solidariedade pela narradora Milla nesse momento triste e ainda apoiou o movimento feito pela emissora, “Precisava existir esse movimento e esse movimento está muito forte agora e eu fico muito feliz com isso”. Ela explica que foi uma surpresa que aquilo tenha acontecido e muitos estão lutando contra o machismo dentro do esporte eletrônico, “A gente realmente não acha que isso vai acontecer de uma forma tão forte, como aconteceu com a Mila”.
 
Nyvi ainda cita como o machismo aumenta a rivalidade feminina, uma mulher desvaloriza e até desmerece a outra apenas para se exaltar ou enaltecer o que acredita. Deveria ser o ao contrário, uma mulher ajudando a outra para todas ganharem, “Não precisa existir uma rivalidade, uma depreciação de outra mulher por simplesmente a aparência dela ou qualquer coisa assim”. Para ela enquanto uma mulher estiver ao lado da outra será possível mostrar para os homens a força feminina em todos os quesitos.
 
Outra participante feminina do reality show foi a Bárbara “Babi” Micheletto que ficou muito feliz com a participação no programa, mas explica as pessoas estão muito acostumadas com a narração masculina e é necessário que se acostumem com as mulheres casteres, “O pessoal está acostumado com uma voz masculina, é mais questão de acostumar com o novo”.
 
caster Milla ressaltou que o machismo deve ser combatido entre todos os gêneros “Nossa tentativa com o ‘Porque é mulher’ é colocar um pouquinho de reflexão e consciência nas pessoas, e atingir os homens e as mulheres que ainda tem esse machismo muito enraizado” e demonstrou preocupação com as mulheres que já desistiram de algo na vida ou no jogo por humilhações e preconceito apenas pelo fato de ser mulher. Assim, o esporte eletrônico irá se abrir para todos e todas.
 
Atualmente, o combate a todo tipo de preconceito é essencial para que homens e mulheres possam crescer nas áreas que desejam. Os ataques que aconteceram com a Camilla não é o primeiro que ocorreu e, infelizmente, não será o último. Por isso, a luta diária contra qualquer discriminação é de extrema importância.
 
Quer saber mais sobre como foi o Looking For a Caster? Confira o vídeo abaixo com a explicação completa sobre como foi o evento.

Camila Couto

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *