Projetos são criados para o público feminino no esport

Projetos são criados para o público feminino no esport

Atualmente, vários projetos são desenvolvidos no cenário do esporte eletrônico, alguns são focados para campeonatos, outros focados em apresentar as novidades desse nicho e, ainda, alguns que expõem conteúdos e notícias da área. Geralmente, tais projetos se autodenominam mistos (com a participação de homens e mulheres). Porém, infelizmente, nem sempre possuem a presença de todos os gêneros. Isso porque ter apenas uma mulher em um dos inúmeros times de um campeonato ou uma pequena nota informativa sobre um jogo feminino em um site cheio de notícias de eventos masculinos não é ter representatividade, igualdade de oportunidades e muito menos diversidade.

Por isso, começou a serem criados projetos e organizações voltados para o público feminino, para dar apoio e visibilidade para o cenário feminino, como os projetos You Go Girls e Sakuras Esports. Essas iniciativas proporcionam suporte para meninas e mulheres que desejam jogar, escrever, criar conteúdo e se desenvolverem no meio do esporte eletrônico e dos games. A fundadora do You Go Girls, Nayara Dornelas, conta qual o objetivo do projeto e como ele auxilia muitas meninas da área. “A primeira coisa é a representatividade, a segunda é a visibilidade para as meninas que estão começando no cenário do esporte eletrônico e a terceira e a terceira é oportunidade de começar.”
Equipe You Go Girls na BGS – Arquivo pessoal de Nayara Dornelas
A fundadora da Sakuras Esport, Juliana Alonso, explica que um dos objetivos do projeto é dar visibilidade para as mulheres que querem jogar e para isso começaram a desenvolver jogos e campeonatos femininos de vários jogos com o intuito de auxiliar meninas que não conseguem entrar em times mistos ou meninas que apenas querem jogar casualmente. “Nossos campeonatos são voltados para mulheres e por isso nós temos que manter alguns valores, por exemplo não adianta nada a gente fazer um campeonato e não transmitir esse campeonato, pois se nosso intuito é trazer visibilidade para as mulheres nós devemos transmitir e maximizar a abrangência disso com uma equipe de casters, uma equipe para gerenciar as competidoras.”
Juliana ainda esclarece algumas situações que acontecem em alguns campeonatos que elas evitam que aconteçam nas Sakuras Esport. “Como nosso projeto tem como objetivo auxiliar as mulheres não podemos esquecer ou excluir outros grupos, por isso se alguém é preconceituoso, machista, racista, homofóbica, etc em um campeonato fora da Sakuras não vai acontecer nada com ela por que os organizadores não tem porque se importar com esse fato. Por isso, na Sakuras nós não permitimos essas coisas e quando acontecem nós tomamos atitudes rápidas.”
Colaboradoras da You Go Girls na BGS – Arquivo pessoal de Nayara Dornelas
Para a colaboradora Daniela Neves, o projeto You Go Girls é muito importante e auxiliou bastante a carreira dela como caster e streamer. Além de ter sido uma forma dela conhecer novas mulheres da área. “No começo as mulheres eram minoria, tinha 5 homens casters e uma mulheres ali no meio, isso por trás das câmeras também. E a You Go Girls é um ambiente muito acolhedor para mim, por toda essa questão de inclusão, de dar visibilidade de ajudar as mulheres a ocuparem lugares que ainda tem uma maioria masculina.”
Um ponto muito importante que a Daniela Neves citou foi a representatividade e respeito da mulher transsexual nesse meio. Algumas pessoas ainda não entendem quão essencial é a participação dessas mulheres de organizações femininas nos games. “Incluir mulheres nesse meio do eSport seja narrando, jogando ou por trás das câmeras organizando projetos, quanto mais tiver mulheres negras, mulheres trans, todas mulheres é importante para dar essa visibilidade e inclusão e a comunidade (de eSport) vai mudando.”
Esses projetos unem diferentes mulheres fortalecendo o cenário feminino do esporte eletrônicos e dos games. Assim, cada dia mais terá mais diversidade e representatividade para mulheres.
Quer conhecer mais organizações de esporte eletrônico? Então, dá um play e ouça o podcast com a co-fundadora da Furnace, a Caroline “Capslock” Amelie.

Camila Couto

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *