Sugar Dead: Suspense e um toque de acidez que você vai amar
No último sábado, o Festival de Cinema Fantástico de Jacareí exibiu 40 curtas com o gênero fantasia e um deles foi “Sugar Dead: O papai tá geladinho!”, dirigido por Flávio Carnielli. O curtametragem acompanha o primeiro trabalho de Samantha (Lolla Tavares) em uma agência de sugar babies, a Sugar Rush.
Com uma mistura inteligente de suspense, comédia e acidez. A obra entrega com sagacidade a fantasia do universo dos zumbis com uma crítica aos “sugars”. O roteiro te conduz junto da protagonista por um caminho nojento e intrigante, mas com um final surpreendente e que com certeza você pensará “seria cômico se não fosse trágico” após assistir.
A forma que é abordado a agência de sugar babies é o real terror da história, pois é a parte que mais está presente na vida das pessoas atualmente, uma servidão – ou pior: escravidão contratual – que obriga o funcionário a cumprir um contrato desleal mesmo que sua segurança e saúde sejam a moeda de troca. E isso não é abordado “apenas” pelo serviço realizado na Sugar Rush, como pelo fato da Donatella Ramos (Amanda Moreira), proprietária da empresa, estar trabalhando sem parar e se expondo ao estresse diário visando lucros maiores mesmo estando grávida. Mesmo podendo ser apenas uma coincidência, entre as gravações com a atriz estar grávida na vida real, mas coube bem no contexto.
Os pontos que mais chamam a atenção na obra são a maquiagem e as atuações. Não foi à toa que a produção recebeu a Menção Honrosa de Melhor Maquiagem FX no Festival de Cinema Fantástico de Jacareí, Jaqueline Ramirez desenvolveu um trabalho muito bom com o personagem Charles Dumont (Marcos Zuin), trazendo todos os aspectos que já conhecemos dos zumbis, mas com um toque repulsivo do que realmente amedrontador.
Enquanto a atuação de Lolla, Marcos e Amanda entregam toda a estranheza e desconforto que existe dentro da situação, tanto no próprio agenciamento de uma sugar quanto no fato do cliente ser um zumbi.