The Bear: O merecido reconhecimento
A série The Bear, dirigida e escrita por Christopher Storer, acompanha a história de Carmen Berzatto “Carmy” (Jeremy Allen White), um jovem chef do mundo da alta gastronomia, que volta para casa em Chicago para administrar a lanchonete de sua família, após a morte do seu irmão Michael. Carmy trabalha muito para não deixar o restaurante falir enquanto cuida dos traumas causados pelo luto e pelos vários trabalhos insalubres que teve.
A série tem vários pontos positivos como a trilha e efeitos sonoros que vão muito além de um complemento, mas compõem uma estrutura fundamental na trama mostrando quão caótico é o lugar e a mente de Carmy. A fotografia é rica em detalhes e composições que unidas com a montagem torna cada detalhe colocado pela direção de arte itens muito importantes para a história. Falando em história, o roteiro é uma obra-prima a parte, constrói com maestria camadas que se completam, cada personagem amadurece no seu momento e sem desequilibrar o restante da trama, até porque Carmy já está fadado ao desequilíbrio.
Com o passar do tempo, Carmy descobre que mesmo sua equipe sendo despreparada e um tanto ríspida, aquelas pessoas se transformam em uma família unida para entregar um bom trabalho. É possível visualizar isso quando a personagem Tina (Liza Colón-Zayas) tem seu trabalho reconhecido por Sydney e recebe a oportunidade de ser a sous chef do The Bear substituindo a Sydney que se tornou chef juntamente com Carmy, no primeiro episódio da segunda temporada.
Tina foi a personagem que mais estava aberta a aprender e a se desenvolver no restaurante desde que era o The Beef até depois quando mudou o nome para The Bear. Quando a Sydney entrou para a equipe, Tina vê a chef como uma mentora e demonstra estar aberta para aprender tudo o tempo todo.
É muito bonito como a atriz conseguiu demonstrar toda a emoção da personagem quando ela recebeu a proposta para o cargo. Ela não estava esperando já que estava acostumada com o caos e o fracasso do lugar. Quando ela viu que tudo podia mudar para algo melhor, se dedicou ao seu trabalho da melhor forma possível e Sydney enxergou seu potencial.
Da mesma forma Carmy e Sidney viram potencial em Ebraheim (Edwin Lee Gibson), porém por todos os traumas que ele sofreu não permitiu que ele aproveitasse as oportunidades que lhe foram oferecidas. Ele preferiu seguir “apenas” fazendo os lanches que continuaram vendendo com o nome do antigo restaurante.
Diferente de Richard, que mesmo não aceitando as mudanças realizadas na primeira temporada, entendeu a importância delas e se transformou totalmente para alcançar seus objetivos crescendo dentro do restaurante. É nítido como, no início, ele estava permitindo que o luto e saudade que ele sentia pelo Michael o impedisse de percorrer um novo caminho junto com o restaurante. Assim, da mesma forma que o The Beef se transformou em The Bear, Richard se transformou em um novo profissional.
Infelizmente, nem todos conseguem ser um bom líder e impulsionar o crescimento da empresa, como Carmy. O renomado chef tem o potencial para ser um bom líder por conseguir valorizar seus funcionários, porém ele não utiliza essa habilidade, muitas vezes influenciado pelos seus traumas, ele não demonstra o valor que ele enxerga nos colaboradores. Por exemplo, a forma como ele age com a Sydney, principalmente quando ela está prestes a se tornar sócia. Ele a limita e a subestima como se ele não tivesse a contratado e a convidado para ser sócia sabendo das suas capacidades e habilidades.
Para Tina, a confiança colocada no trabalho dela foi muito importante para seu crescimento pessoal e profissional, porém como aprendemos com Homem-Aranha “Com grandes poderes, vem grandes responsabilidades.” e nessa terceira temporada ela está aprendendo isso.
Atualmente, a série faz parte do catálogo do Disney+.