The Big Bang Theory: O medo da maternidade

The Big Bang Theory: O medo da maternidade

Olha quem está aparecendo novamente aqui nesse blog: The Big Bang Theory!
A opinião sobre a qualidade da série não mudou do último texto para cá, maaaaasss temos que conversar sobre um tema muito importante, a maternidade.

Nas temporadas 10º e 11º, Bernadete dá a luz a seus dois filhos com Howard, o que é legal para vermos um pequeno (para não falar minúsculo) amadurecimento do astronauta, que ainda parece ter a mente de um adolescente com hormônios em combustão. 

Além disso, é possível vivenciar alguns dos medos que a maternidade traz com ela. Uma das questões abordadas pela mais nova mamãe é a falta de ânimo com a espera pelo nascimento do bebê, pois ela tem medo de perder os projetos dentro do seu trabalho, que ela se dedicou por anos. 

Outro ponto importante é a sobrecarga mental e física que a personagem carrega por ter casado com um homem que não consegue arcar com responsabilidades dentro de casa e só pensa nos seus desejos o tempo todo. Até quando ele busca trabalhos melhores para juntar dinheiro para a criação das crianças, ele consegue sobrecarregar e estressar a Bernadete. 

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O desejo de ter um filho (a) precisa ser mais do que uma vontade, é necessário refletir sobre questões financeiras, emocionais e físicas. Por exemplo, eu sempre tive vontade de ser mãe, imaginar duas menininhas correndo e brincando pela casa enche meu coração, porém não consigo me ver parando minha vida profissional e acadêmica para estar a dispor delas 24 horas por dia todos os dias até elas terem condições (e idade) para seguirem seus caminhos sozinhas e, mesmo assim, continuar sempre preocupada. 

Se eu abandonar minha profissão, meus sonhos, minhas metas e meus desejos, assim perdendo toda minha individualidade e até mesmo minha parceria com meu companheiro para me prender a maternidade, o que sobrará de mim quando minhas filhas forem seguir suas próprias vidas? O que sobrará de MIM? 

Entendo que tudo isso parece um discurso egoísta, mas na verdade é “apenas” medo do que sempre foi me ensinado sobre ser mãe. Não quero ver concretizado em mim o ditado popular “Ser mãe é padecer no paraíso”. Essa famosa e antiga frase carrega o peso da maternidade enquanto um sacrifício, um padecimento sagrado que todas as mulheres devem se submeter para alcançarem a plenitude. Aqui não quero colocar a ênfase que muitas religiões dão a importância e a obrigatoriedade de ser mãe. 

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É notável que existe uma série de abdicações e que o processo de criar um filho pode mudar muito a personalidade e os sonhos de uma pessoa, porém você abandonar quem você é só vai dificultar ainda mais esse processo. Dificilmente vemos pessoas buscando pelo próprio sofrimento, logo você falar que é a mulher ‘padecerá no paraíso’ não parece muito convincente. 

Não é sem razão que muitas mulheres (e alguns homens) não querem ter filhos. Segundo a pesquisa realizada pela farmacêutica Bayer, no Brasil, 37% das mulheres não querem ter filhos. Além disso, as mulheres que escolhem ter filhos optam por ter de um a dois, como aponta o IBGE, onde podemos ver que a taxa atual de fecundidade no Brasil é de 1,62, enquanto em 1960 era de 2,1. 

Eu ainda quero muito ser mãe, mas precisarei organizar e planejar muito bem com meu (futuro) parceiro como poderemos oferecer uma criação de qualidade sem abandonarmos nossa individualidade e nosso relacionamento, antes de aguardar a vinda das nossas filhas. 

Observações:
– Episódios 2, 3, 20 e 21 da 10º temporada e 9, 10… da 11º temporada.
– A pesquisa global realizada pela farmacêutica Bayer, com apoio da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e do Think about Needs in Contraception (TANCO), contou com mais de 7 mil pacientes (1.113 no Brasil) e 726 ginecologistas de 11 países.

Celia Costa

Célia Costa é a o alter ego de Camila Couto. Ela nasceu de uma brincadeira em uma live e se tornou a ferramenta pela qual a autora conversa de uma forma mais descontraída e intima com os leitores.

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