The Bold Type: Reconhecer seus limites é difícil e importante
Uma das minhas séries queridinhas é The Bold Type que teve suas cinco temporadas incluídas no catálogo do Prime Video a pouco tempo. A produção tem várias qualidades como a descentralização do protagonismo, um protagonismo feminino diverso, diferentes temas e situações em cada temporada, o dia a dia de uma redação de revista, o ambiente voltado para moda e criatividade, entre outros pontos que prendem o espectador.
A série acompanha três amigas, Jane, Sutton e Kat, que trabalham em uma uma revista de moda chamada Scarlett. E na quinta temporada temos um desfecho bem diferente do que imaginamos na primeira temporada, porém mesmo sendo inesperado, podemos ver a construção do final de uma forma linda e digna.
ALERTA SPOILER! A PARTIR DAQUI TEMOS GRANDES SPOILERS DA ÚLTIMA TEMPORADA.
Na última temporada, a editora chefe da revista, Jaqueline, prepara Jane para assumir seu cargo, assim Jane iria de reatora e responsável pela coluna Feminista Fracassada, para editora chefe de uma revista inteira. Ao longo desse processo de transição de função, Jane sente que está se perdendo e que não é capaz, e é aqui que me vejo nela.
Jane ama escrever e ser uma jornalista na Scarlett é a realização dos seus sonhos, e os próximos passos lógicos era assumir um cargo de responsabilidade ali. No começo, parece que ela apenas está sobrecarregada e com síndrome do impostor, mas vai além. Quando ela começa a atuar como editora para se preparar, ela percebe que não é aquilo que ela quer para a sua vida. A paixão por escrever e contar histórias é muito maior do que liderar a revista.
Ela consegue perceber isso antes de assumir o cargo e entende que a melhor pessoa para isso é sua amiga Kat, que realmente tem uma jornada que leva para esse momento. Kat sempre foi boa em liderar, organizar e planejar, não que Jane não fosse capaz de exercer essas atividades, mas não era isso que ela queria.
Como a personagem, eu também sempre amei escrever. Planejar, estudar e escrever críticas é como uma extensão de quem eu sou e o que eu acredito. Isso não quer dizer que no futuro não vou aceitar ou querer assumir uma editoria no futuro, apenas que no momento quero me desenvolver como redatora e crítica. Para posteriormente, pensar nisso em um outro passo na carreira.
Não é fácil ter a coragem que a Jane teve para não aceitar algo que ela acreditava ser algo necessário para ela, aceitar que ela não era a pessoa ideal para aquilo naquele momento. Entender e assumir seus limites é um importante passo para traçar seus objetivos.
Assim, como a Jane, também quero expandir cada vez mais meus trabalhos e minhas paixões, porém entendo meus limites.