The Marvelous Mrs. Maisel: O peso de ser uma pessoa errante

Se alguém sabe o que é cometer vários pequenos erros um atrás do outro esse alguém é a Sra. Maisel! A série The Marvelous Mrs. Maisel me conquistou desde o primeiro episódio, aliás o piloto é um dos meus episódios preferidos, principalmente pela protagonista, Midge (Rachel Brosnahan). 

Antes que eu comece a puxar saco dessa produção e ninguém consiga me parar, vamos de sinopse: A história acompanha Miriam “Midge” Maisel, uma mulher da cidade de Nova York no ano de 1958 que tem tudo que sempre quis: o marido perfeito, dois filhos e um elegante apartamento no Upper West Side. Mas sua vida passa por uma reviravolta inesperada quando Midge é abandonada pelo marido e por acaso descobre um talento para comédia, assim ela entra para o mundo dos stand-ups. 

A Dona Midge já passou por muito perrengue, desde ter que largar sua vida de dondoca para trabalhar como atendente em loja até perder seu contrato de milhões como comediante da noite para o dia. Nesta quinta e última temporada, ela não vai perder tempo nem oportunidade para fazer sua carreira crescer. 

(Eu poderia muito bem fazer um breve resumo dos outros personagens que também são muuuuito importantes para a série, porém eu sou meio – muito – prolixa e esse texto terminaria com mais páginas que um Trabalho de Conclusão de Curso de faculdade de exatas. Então, vocês ficarão só com essa sinopse focada na protagonista mesmo.) 

Por passar por muitas situações inesperadas e outras esperadas (tem umas coisas que são muito óbvias), nós podemos dar muitas risadas e fazer fortes reflexões. Entretanto, uma coisa que não sai da minha cabeça é como a roteirista Amy Sherman-Paladino consegue criar muito bem personagens errôneos e isso é PERFEITO. 

Não quero romantizar os erros ou dizer que ela está certa ao cometer tais ações, quero apenas mostrar que somos seres humanos e é normal errar. Muitas vezes é assim que aprendemos a lidar com as consequências dos nossos atos. Afinal, quanto mais se foca no fato de você ter errado mais culpa se sente, podendo aumentar ainda mais a síndrome do impostor (que já conversamos no texto sobre o filme Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania). 

Em A Maravilhosa Sra. Maisel, todos os personagens cometem pequenos e grandes equívocos desde o primeiro episódio. Por exemplo, quando Joe (Michael Zegen) esquece sua roupa de show em casa e Midge leva para ele no serviço quando vai buscá-lo, mas ela não confere a roupa e a blusa está toda furada por traças. Foram erros atrás de erros… Até vergonhas (MUITO VERGONHOSAS) no serviço ela passou nesta temporada. É possível ver o erro se formando enquanto ela tenta evitá-los. 

Contudo, todas essas falhas são frutos da Midge sempre mover mundos e fundos para ser perfeita e não querer quebrar as expectativas de ser a filha, mãe e dona de casa ideal. Outro ponto importante é perceber que a Midge não sabe o que está fazendo ou para onde está indo, isso facilita muito para ela cometer vários deslizes. Ela não tem um foco, a protagonista está reaprendendo a viver a vida em uma sociedade que não respeita as mulheres, muito menos as mulheres divorciadas que trabalham.

Gostaria de dar exemplos para tais equívocos que cito no texto, entretanto o que pode ser um erro para mim pode não ser para você, porque isso faz parte das vivências de cada um, e de como pode ser visto as consequências de nossas ações. Como o fato de ela não ter voltado com o ex-marido no começo da primeira temporada, ou ela ter decidido voltar logo depois, ou até mesmo eles terem se casado novamente na terceira temporada.

Desacertos ou não, o importante é notar como a roteirista constrói personagens completamente humanos, que conseguimos nos identificar, a ponto de podermos aprender e também refletir com situações que também passamos no dia a dia, principalmente, as mulheres.

Enfim, meu recado está dado: ASSISTA THE MARVELOUS MRS. MAISEL. Os três primeiros episódios da quinta e demais temporadas estão disponíveis no Prime Video. Tenho certeza que você vai se apaixonar!