Thunderbolts*: Superando expectativas (que estavam baixas)

Thunderbolts*: Superando expectativas (que estavam baixas)

Thunderbolts* vale todos os elogios que está recebendo da crítica e público? Impressionantemente, sim! O novo filme da Marvel Studios faz algo que já devia ter feito há um tempo: ignora (parcialmente) o multiverso. A obra de Jake Schreier acompanha Yelena Belova, Guardião Vermelho, Fantasma, Treinadora e John Walker. Eles formam um grupo de desajustados e rejeitados que, pegos numa armadilha pela diretora da CIA Valentina Allegra de Fontaine, são obrigados a embarcar num plano violento que os faz confrontar seus maiores traumas e cicatrizes do passado.

A Marvel já tinha aprendido com “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura”, “Homem Formiga e a Vespa: Quantumania” e “As Marvels” que tentam interligar universos e formatos de produção (filme +série) e isso já demonstrou não ser tão simples assim. Além de estar sempre com fãs prontos para destruir o filme nas redes sociais e o risco de uma bilheteria nada agradável para o estúdio. 

Desde Vingadores Ultimato, a Marvel está forçando seus espectadores a acompanharem todas as suas séries e filmes para entenderem as novas histórias e pegarem todos os easter egg. Porém, Thunderbolts* não exige tanto conhecimento prévio, se você for um fã que não perde uma produção vai entender todas as referências e se não faz a mínima ideia de quem é Valentina e por que ela está sendo julgada, também entenderá o filme. 

thunderbolts

A obra traz elementos ótimos para um filme de super-herói, ou melhor dizendo, anti-herói. Como a trilha sonora de Son Lux que é composta por músicas intensas feitas em parceria com London Contemporary Orchestra, desenvolvendo grandes produções como “There’s Something Wrong with Me”, “The Light Inside You Is Dim” e “Not Alone”. Além da construção de cada personagem que foi alinhada de uma forma interessante e inteligente para cruzar com as reflexões de Bob. 

Bob, que é uma consequência do projeto Sentinela, interpretado por Lewis Pullman, carrega uma dor que está presente na vida de muitas pessoas, a depressão. Para sentirmos profundamente os dilemas que esse problema traz, a história coloca Yelena (Florence Pugh) como a representante do público, que perdeu alguém muito importante, sua irmã Natasha Romanoff. Muitas pessoas sentem esse vazio constantemente de formas diferentes, seja perda ou tramas como os personagens Guardião Vermelho, John Walker, Bucky Barnes e a Fantasma. 

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Outro ponto importante para o sucesso da obra, foi a construção da amizade entre os personagens dentro do roteiro Joanna Calo (“O Urso”, “Hacks”, “Treta”) e Eric Pearson (“Viúva Negra” e “Thor Ragnarok”). Além dos roteiristas terem deixado bem claro que o filme fala sobre saúde mental, eles também construíram a equipe aos poucos, diferente das várias tentativas de Esquadrão Suicida (diretores dos filmes), que forçaram uma aproximação desde o começo. Em “Thunderbolts*”, os personagens estão literalmente prontos para matar um ao outro, é a situação em que eles estão inseridos que os aproximam. Os roteiristas conseguiram equilibrar uma história interessante com a “fórmula” Marvel, por carregar diferentes experiências Calo já coleciona obras em seu currículo que expressão com sarcasmos temas fortes como luto e Pearson traz seu conhecimento das produções desse universo. 

Como um todo “Thunderbolts*” merece um voto de confiança e está continuando uma retomada de reputação que Guardiões da Galáxia 3 e Deadpool e Wolverine trouxeram, seja em qualidade quanto em aproximar o público das telonas novamente.

…que venham os Novos Vingadores!

Camila Couto

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